terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Bastonário dixit


Marinho Peres, Bastonário da Ordem dos Advogados, em entrevista ao JN :
«O Estado é capaz de gastar milhões e milhões em honorários por serviços jurídicos cuja necessidade ninguém viu ou não foi explicada, mas, por exemplo, chegamos ao apoio judiciário e deparamos com situações que são verdadeiramente ofensivas da dignidade profissional e pessoal. Veja--se a nova lei do apoio judiciário. »

2 comentários:

C.M. disse...

Então, mas o Estado contrata escritórios "de luxo" (?!?) como Sérvulo Correia e Associados, ou Júdice...sempre os mesmos... veja-se o código da contratação pública que foi "feito" pelos primeiros... perdão, foi um copy paste das directivas europeias.... mas paga miseravelmente aos seus próprios juristas...

ferreira disse...

Um escândalo.Foi aprovado hoje o DL nº 18/2008, de 29.01.
Por falar em indignação causada por mau exemplo, a brilhante crónica de Manuel António Pina no JN de hoje:

«Revelou o "Sol" que uma sociedade "off shore" comprou, em 7 de Dezembro passado (quando já eram conhecidas por alguns "happy few" bem colocados as conclusões do LNEC sobre Alcochete), uma herdade na zona onde vai ser construído o novo aeroporto por 250 milhões de euros (6,52 euros o m2). Imagine-se quanto passou a valer o terreno quando, um mês depois, o Governo divulgou a escolha, que, pelos vistos, os sócios da tal "off shore" (que, como os encapuzados que financiaram o estudo da CIP, são anónimos) já conheciam. Evidentemente que nunca haverá, no caso, prova de coisa nenhuma, muito menos de tráfico de influências. O bastonário deve, pois, calar-se sobre o assunto, já que, não podendo ordenar escutas, realizar buscas, interrogar suspeitos ou inquirir testemunhas, não terá "provas" para apresentar. Também o ex-vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, não tinha "provas". Nem o general Garcia dos Santos, que denunciou a corrupção na JAE, onde, apesar de uma auditoria ter revelado que "voaram" 108 milhões de contos, nunca se descobriram "provas" contra ninguém. Hoje, em Portugal, só aparecem "provas" quando um Silva qualquer furta uma pasta de dentes num supermercado. As leis penais e processuais penais aprovadas pela AR encarregam-se disso.»
Palavras para quê!?