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Com encenação de Ricardo Pais, a peça adere aos textos pessoanos e aos seus heterónimos para lhes dar um carácter dramático.Os protagonistas são Bernardo Soares e Álvaro de Campos, a quem depois se juntam o próprio e Ofélia Queirós.Trata-se de um espectáculo que concilia a literatura com um "thriller".
3 comentários:
Eis uma peça a que gostaria imenso de assistir!
Pela temática (a que tenho dedicado quase toda a minha carreira, estudo...) quer pela encenação... que auguro excelente. Conheço Ricardo Pais, casado com uma colega da faculdade, e o seu apurado empenho na arte de encenar...
...
Pena ser longe.
Parabéns pela divulgação! :)
Olá Ni-:)
Assisti ontem á peça.Gostei, muito.Conheço algum trabalho de Ricardo Pais, também.O cenário é negro.E não se trata de um recital de poesia. É teatro a partir dela,drama.Os cinco actores em palco são excelentes, com destaque para o João Reis ( como Álvaro de Campos ).
Uma boa noticia:
De 11 a 26 de Janeiro de 2008 a peça vai estar no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa:)
Beijinho
Aqui fica a SINOPSE:
A cena figura uma mente particular, a de Fernando Pessoa.
Sendo‑nos
dado o privilégio de estar presentes, ouvimos
e vemos uma sucessão de vozes e personagens, organizada
em blocos de textos.
UM PRIMEIRO BLOCO pertence a Bernardo Soares e a Álvaro
de Campos. Guarda‑livros
na Rua dos Douradores em Lisboa,
Soares é Pessoa por defeito, um ininterrupto devaneio;
Campos, engenheiro naval, é Pessoa por excesso,
a exuberância que este não se permitiu ter (e também
um censor selvagem de si mesmo e dos outros).
Segue‑se
uma transição com a carta da corcundinha
ao serralheiro, em que a autora descreve a sós um tipo
particular de pobreza.
NO SEGUNDO LONGO BLOCO os autores são Álvaro
de Campos e “Fernando Pessoa”. Os textos descrevem
experiências divididas (no caso de “Pessoa”, aqui na sua
fase dita “interseccionista”, duas experiências diferentes
cruzam‑se
no mesmo texto, uma paisagem e um porto de
mar, por exemplo; no caso de Campos, perfilam‑se
poemas
sobre viagens e sobre a experiência cindida do viajante).
Uma transição liga autobiografia e criação poética.
A correspondência Pessoa/Ofélia Queirós exemplifica‑a.
O TERCEIRO BLOCO exibe o resultado sádico dos impasses
descritos nos textos anteriores, bem como diversas tentativas
de os reparar. Esse esforço de reparação parece ineficaz,
pois muitas vezes redunda numa contracção sentimental
do sujeito.
O EPÍLOGO introduz Alberto Caeiro, em quem Pessoa
via a resolução olímpica dessas tensões interiores insanáveis.
Esta resolução é, todavia, momentânea, sendo, de facto,
um epitáfio. •
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